"Um pássaro pode amar um peixe, mas onde eles viveriam?"
"Era uma vez uma menina que amava muito seu pai", é assim que a tataraneta de Cinderela, ou melhor, Danielle de Barbarrac começa a narrar na presença dos Irmãos Grimm a história que foi transformada em contos de fadas com abóboras, fada madrinha e ratos.
Após a morte do pai de Danielle, sua madrasta a fez trabalhar como criada enquanto ela e suas filhas torravam o dinheiro sem se preocupar com a fazenda em que moram, sendo capaz de vender um dos criados que ali trabalhavam para pagar uma dívida. Para evitar isso, Danielle se vê obrigada a se vestir de cortesã e, usando as boas palavras que sua paixão pela leitura a proporcionaram, não só o libertou como chamou a atenção de ninguém menos que o príncipe.
O príncipe, um homem imaturo que sempre foge de suas obrigações e está preso a um casamento arranjado que favoreceria a França e a Espanha, vê naquela mulher desconhecida alguém totalmente diferente e, quando lhe pergunta seu nome, ela lhe dá o nome da mãe dela, Nicole.

Uma Princesa Diferente
Danielle foi criada pelo pai e, por isso, não tem os modos tão prezados em uma sociedade em que as garotas educadas e delicadas são oferecidas à realeza como moeda de troca. Ela preza o legado de seu pai e o amor pela leitura, tendo, assim, ideias a frente de seu tempo.
O fato que mais surpreende em Danielle é a capacidade de defender-se sem precisar da ajuda de homens ou de qualquer outra coisa, como normalmente vemos nas personagens de contos de fadas e isso nos proporciona uma cena incrível onde ela, mesmo tendo sido desprezada pelo príncipe quando sua verdadeira identidade foi desmascarada e vendida para um rico e influente homem da região o enfrenta quando ele tenta tê-la à força, consegue revidar usando a arte das espadas que seu pai lhe ensinou e, assim, libertar-se.

Isso sim é história de verdade. Príncipe e princesa, mas com coragem e atitude ─ da parte dela, principalmente. Perder sapatinho é old season; tem que colocar espada no pescoço alheio mesmo para impor respeito (infelizmente, né). As mulheres mais admiradas são estas, como a Danielle. Estou bem curiosa para ver esse filme. Deve ser inspirador.
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