segunda-feira, 24 de junho de 2013

Estilística, Estruturalismo, Formalismo Russo e Nova Crítica

Estreando o novo marcador "Dando uma mãozinha" onde vou colocar os resumos que uso para estudar para as provas, espero que seja útil para quem esteja estudando ou precise fazer algum trabalho!Estou quase em férias, então o blog terá novidades. :)


Estilística



Buscar no texto as palavras “manipuladas” como por exemplo as figuras de linguagem e depois vê que efeito elas causam e porque (provavelmente) foram essas as escolhas do autor. Exemplo: café com pão, café com pão para dar ao texto o ritmo de um trem viajando.

Como o autor pode demonstrar afeto, por exemplo (-inho para mostrar carinho)
Sentido denotativo
Sentido Conotativo 

- Figuras de linguagem

Metáfora: Uma comparação implícita: “a menina é uma flor”
Metonímia: Parte pelo todo: “gosto de ler Harry Potter”
Catacrese: metáfora que pegou: “batata da perna”, “maçã do rosto”
Perífrase: “título” substitui o nome: “Cidade maravilhosa”, “poeta dos escravos”
Sinestesia: mesclar as sensações de diferentes sentidos: “ouça a cor dos seus sonhos”
Antítese: termos opostos: “O corpo é grande e a alma é pequena”
Paradoxo: termos contraditórios: “quanto mais se trabalha, mais dificuldade financeira tem”
Eufemismo: usar palavras mais doces para uma realidade dura: “foi para o céu”
Ironia: Dizer o contrário ou satirizar: “como você foi bem na prova, nem tirou a nota mínima”
Hipérbole: Exagero para enfatizar algo: “Chorei litros”
Personificação: Dar características humanas a um objeto: “Chora viola”
Apóstrofe: Invocação: “Pai nosso que estais nos céus”
Gradação: Ascendente ou descendente: “nasce, cresce, reproduz e morre”

- Figuras de construção
Elipse: omissão de elementos que podem ser encontrados pelo contexto: “Te amo”
Zeugma: omissão de um termo que já foi dito anteriormente: “Ele gosta de Coca, eu Pepsi”
Silepse: Concordância com um termo que não está presente no texto.
- Gênero: A bonita Porto Velho
- Número: Como vai a turma? Estão bem?
- Pessoa: Os estudantes estamos inconformados.
Polissíndeto: Repetição de conectivos: recua e corre, vacila e grita.
Assíndeto: Omissão de conectivos: vi, vim, venci.
Pleonasmo: Repetição de uma ideia: “Eu canto um canto matinal”
Anáfora: Repetição de uma ou mais palavras no início da frase.
Anacoluto: mudança da construção sintática no meio da frase: A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco)
Hipérbato/Inversão: Inversão da ordem direta: Hino nacional

- Figuras de som:
Aliteração: repetição da consoante: O rato roeu a roupa do rei de Roma.
Assonância: repetição de sons idênticos: Vai tudo em mim, enfim, se despedindo.
Onomatopeia: Transformar sons em palavras: miau, au. 

- Vícios de linguagem
Pleonasmo vicioso: repetição desnecessária de palavra: subir pra cima.
Barbarismo: erro de pronúncia: rúbrica, plobrema.

-Morfologia: Se eu ir aí.
- Semântica: Ele comprimentou os vizinhos ao sair de casa.
- Estrangeirismo: Quando já existe um correspondente em português
- Grafia: Adimitiu
Solecismo: Desvio de sintaxe
- Concordância: Haviam muitos alunos na sala
- Regência: Eu assisti o filme em casa
- Colocação: Não aguento-me em pé.

Ambiguidade: Falta de clareza: o pai falou ao filho caído no chão
Cacofonia: Junção de duas ou mais palavras na frase resulta em palavra inconveniente: uma mão lava a outra
Eco: repetição da terminação de palavra em uma frase: divulgação da promoção não...
Hiato: Sequência de vogais provocando dissonância: eu a amo
Colisão: repetição de consoantes iguais ou semelhantes: sua saia sujou


Estruturalismo


- Alguns traços do Estruturalismo

Regra estruturalista de imanência, a qual analisa o sistema por si e sem a necessidade de elementos externos.
O autor defende que se deve privilegiar o caráter objetivo da pesquisa, não a opinião pessoal.
O texto literário deve ser estudado, levando-se em conta os seus princípios específicos.
Preocupação com a estrutura, desconsiderando o conteúdo histórico e social.
Preocupação com o significante em relação ao significado.
Desconsidera a diacronia e a análise histórica.
Desconsidera o sujeito e as intenções do poeta.
Abandono do exame particular das obras.

- Funções da linguagem:

Função emotiva – remetente: Transmitir as emoções do “eu”.
Função conativa – destinatário: Convencer o leitor a algo. (propaganda)
Função referencial – contexto: Texto objetivo com linguagem denotativa.
Função poética – mensagem: expressar seus sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações dos signos linguísticos.
Função fática – canal/contato: Estabelecer um diálogo com o leitor (Machado de Assis faz isso, por exemplo)
Função metalingüística – código: Um poema falando sobre como se faz um poema, por exemplo.


Formalismo Russo


Enfatiza a forma literária e o estudo dos artifícios internos do texto.
O autor e o contexto não eram essenciais para os formalistas
A obra literária não era um veiculo de ideias ou reflexão social
Literariedade: qualidade literária e traços distintivos do texto literário
Não se desconsidera, a não ser em algumas exceções, o contexto histórico da obra
A perspectiva diacrônica era indispensável para a teoria
A compreensão do objeto literário deve partir do próprio objeto
Comparar linguagem poética com linguagem cotidiana
Método descritivo-morfológico (descrição da obra e das suas funções)
Entender que procedimento será usado para estruturar a obra (escolha de ABAB por exemplo tem implicação formal sobre o sentido, ponto de vista subjetivo ou objetivo)
A forma vai ser tudo o que se pode entender em um texto
Natureza autônoma da linguagem poética

  Chlovsky
- Fonologia: aspectos articulatórios dos sons. Movimento harmonioso dos órgãos fonadores
- Função verbal dos sons
- Imagem e linguagem poética não são coexistensivas: pode haver poema sem imagem
- Diferença entre linguagem poética e cotidiana: instransitividade e transitividade/ perceptibilidade e automatização
- Imagem poética: é um dos meios da língua poética, é um processo tal como paralelismos, comparações, repetições, etc. A noção de imagem entrava no sistema geral dos processos poéticos e perdia o seu papel dominante na teoria  geral das figuras.

Preocupação formalista inicial:
-Problema fono-estilístico do verso: estudo do ritmo, relação e sintaxe, análise de esquemas métricos, eufonia
Preocupação formalista posterior:
- Semântica da linguagem literária
- Fatores da linguagem poética: metáfora, imagem, fraseologia, procedimentos técnicos


Nova Crítica


A produção literária é um objeto estético independente
Seu todo refletia a sensibilidade unificada do artista
Se distancia da ideia de que o poema é uma expressão da personalidade e vida do poeta.
O autor organiza tais elementos de forma que, uma vez apreciados na leitura, desencadeiam uma carga emocional imediata no leitor, ou seja, não é focada na emoção do poeta e sim na capacidade do poeta de criar emoção.
O poeta seleciona e dispõe os elementos de forma a criar emoção.
É preciso ler um poema de maneira objetiva
Close Reading: leitura fechada, ou seja, na medida em que se lê um poema, é preciso retirá-lo do contexto histórico, social, da obra para se deter em aspectos que estão dentro do próprio poema. É uma leitura minuciosa do poema.
Separar o poema tanto do autor quanto do autor
Não existe ideias separadas da forma
Para entender o poema deve-se  apreciá-lo emocionalmente, buscando resolver as tensões entre as diversas unidades semânticas do texto que independem das emoções do autor, ainda que essas emoções possam ter ocorrido durante a produção.
O poema é produto de um trabalho com a linguagem, elaborado artisticamente através do domínio de técnicas de composição
Não há margem para a intenção do autor ao escrever o poema.
Utilizar algumas noções-chave para aceder aos diversos níveis de significação:

- ironia; ambiguidades ou tensões criadas pela sintaxe ou significação das palavras; paradoxos;
- imagística (metáforas e metonímias) e símbolos dominantes;
- expressividade nos níveis fônico, morfológico ou sintático;
- ritmo e harmonia;
- estruturação da obra (simetrias, contrastes).
Exatidez de descrição
Um poema deve ser lido como uma obra de ficção e não como um relato de uma emoção ou vivência do autor.
Uso de figuras de linguagem como personificação, ironia, ambiguidade
Condenação da paráfrase (transformar um poema em prosa com termos mais simples) porque o entendimento de uma imagem não está na lógica e sim no seu valor expressivo

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